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TINTA FRESCA

  ─ Vê se não demora garoto.  ─ Já estou de volta.  ─ Como assim? Tão rápido!  ─ Ora, velho. Eu já desci, fui até a esquina e comprei o seu jornal. Hoje é quarta-feira. O dia mais corrido da semana.   ─ Pare com isso garoto. Acha que eu sou trouxa?  Francisco se aproximou do pai. Abriu e fechou os cadernos do jornal diante do velho, que se jogou para a frente. Inclinado na direção daquele buquê de tipografia barata.  ─ Eu não disse? Fui até o jornaleiro. Aqui está! Sinta. Vamos. Que tal?  ─ Malandrão! Você foi até o quarto, que eu sei. Deu um tempo no corredor e voltou.  ─ Negativo. Sinta de novo. Hein? O que me diz?  ─ Ora, tanto faz. Você não lê as notícias para mim há dois dias. Tanto faz.  O velho cruzou os braços. Quinze minutos antes, o filho deixara-o no seu local preferido entre a cozinha e a área de serviço. Àquela hora do dia, durante toda a sua vida, sentava-se, diante da janela, para fumar um cigarro e esp...

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